Brainspotting

Para onde você olha afeta o que você sente

Brainspotting (BSP) é um instrumento neurobiológico que oferece a possibilidade de acessar, diagnosticar e tratar uma variedade de condições somáticas e/ou transtornos de base emocional. É uma ferramenta neurobiológica de apoio na relação terapêutica, haja vista inexistir substituto para a presença terapêutica, acolhedora e madura, na qual o paciente se sinta escutado, aceito e entendido. É uma ferramenta auxiliar dentro dessa relação, para que se possa localizar, enfocar, processar e liberar experiências e sintomas que normalmente estão fora do alcance da mente consciente, da sua capacidade cognitiva e lingüística, podendo tais efeitos terapêuticos serem intensificados com o emprego do som bilateralizado. Foi David Grand, PhD, quem desenvolveu essa nova forma de terapia de reprocessamento psico-fisiológico cuja ênfase está no processamento de um ponto cerebral (brainspot).

O BSP atua em áreas profundas e primitivas do cérebro, permitindo acesso direto aos sistemas autônomo e límbico do sistema nervoso central, ativando reações adaptativas de equilíbrio e sobrevivência, se consumando como um instrumento/tratamento que produz conseqüências positivas em nível psicológico, emocional e físico. Através desse supercomputador, com sua infinidade de conexões neuronais, o cérebro profundo controla todas as funções corporais, haja vista ser a sede do instinto, do pensamento, da criatividade e da parte espiritual. Quando encontramos um Brainspot, o cérebro profundo sinaliza, reflexa e inconscientemente, alertando o terapeuta que algo importante foi encontrado além da percepção da mente consciente. Uma hipótese levantada é de que um Brainspot ativa o cérebro em resposta ao foco direcionado por meio da posição do olho (a visão é uma grande janela de entrada no cérebro), pareado com as respostas reflexas observadas externamente e vivenciadas internamente, esse ponto visual de ativação, corresponde a uma informação armazenada nas redes neuronais. Segundo David Grand, o BSP é uma abordagem de partes – somos compostos biologicamente de partes: moléculas, células, órgãos, sistemas e subsistemas, e essas partes estão estruturadas para operar tanto de forma independente quanto interdependente, em harmonia e sintonia. Com a utilização dessa ferramenta no tratamento psicoterapêutico, pode-se levar a um processamento em nível mais profundo e mais poderoso para promover a cura de lembranças traumáticas encapsuladas no cérebro, cujo conteúdo emocional desencadeia sintomas, portanto, é um enfoque fisiológico que gera conseqüências psicológicas.

Para a deflagração do Brainspotting, o terapeuta pede ao paciente para entrar em contato com temas específicos para serem elaborados durante a sessão, e uma vez feita a escolha, o paciente avalia o nível de ativação da dificuldade - o SUDS (Subjective Unit of Disturbance Scale), ou seja, o nível de desconforto da recordação perturbadora. O terapeuta pede para o cliente olhar para o ponteiro (extremidade) até encontrar o ponto cerebral correspondente àquela lembrança, o que se percebe pelos movimentos oculares e/ou as sensações internas. Sequencialmente a localização do ponto cerebral (brainspot), o paciente deve fixar a atenção nesse ponto, observando o conteúdo emocional, cognitivo ou físico que surge, e, semelhantemente ao que ocorre durante a meditação, a pessoa deve apenas observar o que ocorre, sem julgar se deveria ser desta ou daquela maneira, não fazendo qualquer tipo de julgamento acerca do que está ocorrendo. Essa estratégia deflagra o reprocessamento em nível distinto daquele que ocorre durante o EMDR (Eye Movement Desensitization and Reprocessing), mobilizando mais sensações corporais e integrando material emocional de partes mais primitivas do cérebro. Através da verificação do nível de SUDS pelo paciente, constatamos se a ativação aumenta ou diminui a intensidade, prosseguimos com esse procedimento até que este ponto (brainspot) seja totalmente reprocessado e o nível de ativação permaneça em zero. Às vezes o terapeuta pode encorajar o paciente a novamente ativar a perturbação, objetivando atingir um momento no qual o paciente não mais consiga evocar o desconforto-SUDS 0.

Várias são as estratégias de localização do brainspot, podendo ocorrer através da observação interna do paciente, externa do terapeuta, observação de ambos, com os dois olhos abertos ou ainda focalizando apenas um olho de cada vez, sendo este procedimento repetido em sessões subseqüentes até que o ponto cerebral esteja totalmente processado.
O brainspotting pode ser instrumento efetivo e eficiente no tratamento de sintomas vinculados a:

• Asma;
• Doenças físicas relacionadas com estresse e trauma;
• Doenças ambientais e síndrome da fadiga crônica;
• Fibromialgia;
• Fobias;
• Gagueira;
• Pânico e ansiedade;
• Problemas de percepção;
• Preparação e recuperação de intervenções cirúrgicas;
• Problemas de desempenho, inclusive disfunção sexual;
• Trauma físico e emocional;
• Traumas resultantes de intervenções e tratamentos médicos.




FONTE:

GRAND, David. Brainspotting. Manual de Treinamento. 2008.

Apontamentos realizados durante o Curso de Brainspotting com Dr. David Grand

Neuropsicólogo Pedro Freitas Neto

Telefone: (79) 99938-1161
Psicanálise, Hipnoterapia, Neuropsicologia, Neurofeedback, Brainspotting, Terapia EMDR

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